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quinta-feira, 23 de abril de 2015

Até o fim dos meus dias

 Eu tenho muitas dúvidas em relação ao que eu considero amor, ou o que eu acredito que ele seja. 
 Nos dias que eu acordo super de mal humor e sem vontade de olhar na cara de ninguém, mesmo que seja alguém que eu estime e ame muito, as pessoas se ofendem, se irritam, perdem o controle, choram, e esse chorar pode ser de raiva ou de tristeza mesmo, algumas se surpreendem comigo, como se nunca tivessem me conhecido, por que a doçura não existe mais, nem a inocência e muito menos piedade. Nesses dias ninguém chega perto e se tentar... é por sua conta e risco! 
 Eu sou mais implosiva, de causar dano a mim mesma. Mas acontece de eu machucar pessoas que eu amo, não literalmente claro! Isso nunca ocorreu, mas com palavras já perdi a conta, elas são tão intensas quanto os meus sentimentos.
 Eu lembro de um dia que estava em um grande parque nos Estados Unidos e ali perto estavam tentando resgatar um jovem urso ferido para que ele não morresse, e esse camarada deu trabalho por que a quantidade de equipes de resgate que estavam lá por causa dele, não dava nem para contar. Bem não espere conclusão para o que aconteceu com o urso pois tive que sair das proximidades assim como outras pessoas também tiveram, e eu nunca procurei saber o que aconteceu com medo de descobrir o pior, então melhor pensar que deu tudo certo e agora ele está feliz junto a sua família. O fato é que as vezes me sinto como ele, e ajo como ele também, por que eu assusto, dou trabalho, mas infelizmente preciso de ajuda e quando outros tentam fazer isso o que pode vir em troca não é nenhum ato de traição ou maldade em si e sim desespero e dor, uma dor tão forte que nem se eu te ferisse gravemente com toda a minha fúria você entenderia, então melhor mesmo nem tentarem.
 Esses dias que têm passado eu me isolei bem consciente disso, por proteção. Pensei muitas vezes que distante de todos ninguém poderia me magoar...
 Tudo que eu faço é por causa de outras pessoas, e mesmo assim não tenho nenhum relacionamento sólido, de amizade, romântico ou mesmo familiar. Como aquele urso, mesmo precisando de ajuda eu não deixo as pessoas se aproximarem. Eu sou uma pessoa tímida mas disfarço isso bem, então eu sei conversar mas é como se estivéssemos nadando juntos e sempre estaremos flutuando, pois eu nunca vou mergulhar, eu nunca irei ao fundo em águas escuras do lado de alguém. Minhas conversas sempre serão superficiais, sobre qualquer assunto de utilidade pública, mas nunca um assunto que aproxime alguém de mim. PROTEÇÃO é como eu chamo isso. 
 Então, sem ninguém para viver, eu estou isolada, sem nenhum pensamento, tentando me suportar e tentando entender certas coisas ao meu respeito, chega de procurar coisas para me distrair! Como uma criança que não sabe lidar com a realidade. Chega de de conhecer gente nova! Por que gente nova, só é nova quando eu as conheço depois tenho que lidar com relacionamentos que nunca existirão. Não comigo.
 Para mim o problema não está em fugir, eu fiz isso toda a minha vida. Sempre evitei. E acabei evitando a mim mesma, evitando as pessoas que eu acho que amo e evitando a própria vida. Eu não conheço ninguém. 
 Então por essas e outras razões não descritas neste post, vejo que o que eu sempre acreditei ser amor, pode não ser. De outras pessoas para comigo e o meu sentimento por elas, pois sempre acreditei que o amor é altruísta e o ferir outros não tem nada disto, não é mesmo?!
 A dúvida ainda continua e imagino que irá continuar até o fim dos meus dias.
     

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